Agora sim começamos o ano!
O início do ano letivo tem um frescor de novidade, retoma o convívio, estabelece novos contato e laços e oferece diferentes desafios. E este ano chega com mais intencionalidade, acolhendo e celebrando a pluralidade e diversidade.
“Uma pesquisa realizada em 2021 pelo Alicerce Educação constatou que mais de 90% dos alunos brasileiros, de todas as idades, apresentaram defasagem de leitura, escrita e matemática após o período da pandemia. Para garantir que, neste ano, os alunos consigam absorver o máximo de novos conhecimentos, é preciso ter certeza de que cada um deles esteja aprendendo em seu próprio ritmo e à sua maneira”. (escolas Conectadas *)
Ainda vivemos a repercussão dos três últimos anos de pandemia. Vivenciamos desafios tecnológicos, de acesso e também de saúde física e mental na pandemia, até o acolhimento distanciado, a retomada do convívio e das estratégias de recomposição de aprendizagens na volta às aulas presenciais. O desafio de aprender ficou maior, de ensinar também. Os educadores criaram estratégias de presencialidade virtual, a educação socioemocional virou pauta recorrente, mas não ainda foi suficiente para recompor as aprendizagens.
Então, em 2023, o desafio é alinhar a recomposição de aprendizagens com a educação socioemocional.
Mas o que é recomposição de aprendizagem?
A recuperação trabalha ao fim do ano o conteúdo que não foi aprendido pelo(a) estudante; o reforço trabalha o ano todo o(s) conteúdo(s) de maior dificuldade. Já a recomposição da aprendizagem, criada como “resposta” às defasagens de conteúdo e diferença de níveis de aprendizados dos estudantes na pandemia, busca diminuir disparidades ao nivelar o conhecimento, considerando a pluralidade e diversidade dos estudantes, respeitando suas fragilidades acadêmicas e diminuindo as disparidades de conhecimento e os fatores de exclusão.
“Para além da equidade, esse entendimento da recomposição inclui no processo educacional as dimensões socioemocionais que são importantes para ampliar e aprofundar as aprendizagens, tornando-as capazes de abraçar complexidades, incertezas, temores e diferenças” ** (NovaEscola)
A recomposição de aprendizagens pressupõe uma aprendizagem significativa, com base na a criação de vínculos na/com a escola e na aprendizagem acadêmica. Envolve: conhecer os estudantes e sua realidade; acolher os estudantes, mas também educadores; criar espaços de diálogo, de escuta e de autoexpressão, adaptação curricular e avaliação contínua.
Pensando no início do ano letivo como uma oportunidade de implementar práticas de acolhimento para criar vínculo, elencamos algumas dicas de atividades
Acolhimento e práticas de criação de vínculo:
Acolher envolve a criação de espaços de escuta e momentos de autoexpressão, considerando as especificidades da turma e realidade da escola. No Revoar, por exemplo, para conhecer a turma, ao invés de um diagnóstico em questionários formais, construímos o mapa da empatia, ouvindo o que os estudantes escutam, falam, pensam, sentem…
Mas como acolher?
É importante dar as boas-vindas aos educadores, aos estudantes e até aos pais como acolhimento inicial. Na educação infantil, uma boa estratégia é o(a) educador(a) enviar uma carta de apresentação com boas vindas para os responsáveis.
Iniciar a aula com diferentes práticas de meditação (inclusive ativa) para trazer presença, acalmar e estimular o foco. O tempo e tipo podem variar conforme idade e perfil da turma. Criação de acordos de convivência,
Conhecer melhor os alunos e os interesses da turma, para isso, que tal uma roda de conversa? É uma oportunidade de discutir temas, saber opiniões e principalmente criar momentos de escuta e espaços de autoexpressão, assegurando a representação de outras narrativas
No Revoar entendemos que para todo encontro ou aula temos um sonho. Você já perguntou a cada estudante de sua turma qual era o sonho dele(a) para aquela aula do dia? Alguém já te fez essa pergunta? Aliás, você já se perguntou? O sonho não é algo distante e inalcançável, mas sim a intenção. Da mesma forma que celebrar não é necessariamente festejar, mas reconhecer a trajetória e aprendizados. Que tal abrir as reuniões pedagógicas ou aulas com uma pergunta geradora: qual é o seu sonho para hoje? E terminar com a mesma pergunta que agora trazemos para você, leitor ou leitora; questionando: O que você celebra em você hoje?
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